4/03/2011 - 21h47
Vítimas do Césio-137 divulgam carta de apoio a afetados no Japão
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NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
Tragédia no Japão A Associação das Vítimas do Césio-137, que representa os atingidos pelo material radioativo em um acidente em Goiânia, em 1987, divulgou carta de apoio às "futuras vítimas do terror e silêncio que hoje vem de Fukushima".
O documento diz que a tragédia no Japão "segue o mesmo desesperante roteiro" de outros acidentes, com falta de informações sobre a gravidade do problema e "truculência nos procedimentos envolvendo as vítimas".
"Nós conhecemos o sabor do medo. Sofremos literalmente na pele angústias que apenas a radioatividade pode causar", diz a mensagem.
Segundo o presidente da associação, Odesson Ferreira, a motivação para escrever a carta foi o risco à saúde dos japoneses. "O governo está escondendo que a radiação é acumulativa, assim como aconteceu em Goiás".
Segundo Ferreira, um dos agravantes do acidente no Brasil foi o fato de algumas pessoas terem ficado expostas à radiação por dias seguidos. "Vinte anos depois, elas estão com uma série de doenças", afirma.
Atualmente, o Centro de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves Ferreira, do governo de Goiás, monitora 943 pessoas que tiveram contato com o césio.
Destas, 87 fazem parte do grupo que necessita de mais cuidados, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Embora o césio-137 represente uma das principais ameaças em Fukushima, a situação nos dois locais é diferente, já que em Goiânia não há usina nuclear e o material estava em um aparelho de radioterapia. O acidente ocorreu depois que a peça foi desmontada para ser vendida, o que deixou pessoas expostas à radiação.
A unidade regional da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) diz que monitora a cada três meses as áreas próximas ao depósito onde o material foi depositado e que a radiação emitida não oferece risco à saúde.
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