HOMENAGEM FEITA EM 2008 AM RUA LEIDE das NEVES. MANAUS AM

HOMENAGEM FEITA EM 2008 AM RUA LEIDE das NEVES. MANAUS AM
20 anos depois procurar meus direito tomados!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

MISSA EM MEMÓRIA DAS VITIMAS DO CESIO 137

MISSA CONVITE...

DIA 13 DE SETEMBRO 2010 AS 18 A SER CELEBRADA MISSA EM MEMÓRIA DAS VITIMAS
DO ACIDENTE RADIOATIVO COM O CESIO 137..

A REALIZAR-SE EM TODAS AS IGREJAS DE SÃO JORGE AS 18 HORAS DE BRASILIA

E AS 17 HORAS HORARIO DE MANAUS PARA O AMAZONAS

PEÇO O APOIO DOS MEMBROS DO GREENPEACE NACIONAL

E A TODOS QUE ESTE AVISO PODEREM ANUNCIAR/COMUNICAR..

FICA AGRADECIDO OS MEMBROS DAS IGREJA DE SÃO JORGE

AS ESTAMPAS E IMAGENS SERÁ COLOCADA NO PERFIL DESTE BLOG

A AGRADECIDO A TODOS QUE COMPARECER A ESTE ATO DE FÉ CRISTÃ

ASSIM SERÁ UMA FORMA DE AGRADECER A DEUS

E NA FÉ MUITA FORÇA AOS QUE SOBREVIVE NA ESPERANÇA DE DIAS MELHORES

SE FINDANDO ASSIM TAMBEM TODO TIPO DE MAGOAS E DISCRIMINAÇÃO

E DEUS ABENÇOE E MANTENHA FÉ E A ESPERANÇA E MUITA PAZ!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PARA MUITOS FOI TARDE DEMAIS!!!

Mais 34 pessoas são incluídas como vítimas do césio 137 em Goiânia
Plantão | Publicada em 22/07/2010 às 20h27m
Goiasnet.com, O Globo
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Comentários..GOIÂNIA - Trinta e quatro pessoas foram incluídas, neste mês de julho, mediante decreto administrativo, no Grupo 3 de vítimas do acidente radioativo com o Césio 137, ocorrido no ano de 1987, em Goiânia. Segundo o titular da Superintendência Leide das Neves (Suleide), Zacharias Khalil Hamu, elas passaram pela avaliação da comissão técnica da Suleide e obtiveram parecer positivo.

As 34 vítimas terão direito a atendimentos médico e psicológico especializados, a exames laboratoriais e serão submetidas a monitoramento anual.

- Uma parte receberá ainda uma pensão, atualmente no valor de R$ 510,00 - relata Jansen Augusto, coordenador de Apoio Técnico e Administrativo da Suleide.

Em setembro de 1987, um equipamento contendo uma cápsula com césio 137 foi parar num ferro-velho em Goiânia. O dono do ferro velho abriu a peça e se encantou com a pedra que viu dentro, que irradiava uma luz azul. Maravilhado, levou para a casa e passou a mostrá-la para parentes e amigos. Quatro pessoas morreram. Centenas foram contaminadas naquele que foi o maior acidente radioativo do Brasil. A peça havia sido abandonada pelo Instituto Goiano de Radioterapia (também conhecido como Santa Casa de Misericórdia).

Em 2008, o governo de Goiás reconheceu mais 199 vítimas do acidente radioativo e assinou decreto concedendo pensão vitalícia às vítimas. O benefício era reivindicado por pessoas que trabalharam direta ou indiretamente para o governo na época do acidente. Até então, 397 pessoas recebiam pensão em razão de seqüelas provocadas pelo acidente.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CIDADES DO BRASIL! 1999= 13 SETEMBRO NEGRO 1987

O medo mora ao lado

Doze anos depois a população de Goiana (GO) convive com o medo de que a tragédia do césio 137 ainda possa causar danos à saúde



Agosto/1999 Edição 04




Depósito de material radioativo em Abadia de Goiânia

Há doze anos a casa de Ivo Alves Ferreira e Lourdes das Neves Ferreira vivia cheia de amigos que se divertiam em animados churrascos. Mesmo quando não havia motivos para comemorar, o local era ponto de encontro de parentes e vizinhos e possuía a alegria ruidosa que só as crianças sabem e podem proporcionar. O acidente radiológico com o césio 137 foi o marco divisório na vida dessa e de outras famílias. Há doze anos não acontecem mais churrascos na cada de Ivo e Lourdes. Há doze anos eles deixaram de passear e convivem em casa com um pesado silêncio deixado pela morte da filha caçula, Leide das Neves Ferreira, aos 6 anos de idade.
Em 13 de setembro, o catador de papel Roberto Santos fica sabendo que havia uma peça de chumbo de muito valor nas antigas dependências do Instituto de Radioterapia de Goiânia. Com ajuda do amigo Wagner Mota, Roberto consegue remover parte da peça e a levaram num carrinho da mão para a rua 57, centro da capital. O dono de um ferro-velho, Devair Alves Ferreira, compra a peça no dia 18 de setembro. Na mesma tarde dois funcionários levaram o material para o ferro-velho onde foi aberto.À noite, Devair se encanta com o intenso brilho azul daquele pó e imagina que poderá ganhar muito dinheiro ou que está diante de algo sobrenatural. Admirado, leva o material para casa. Nos dias 19, 20 e 21, amigos e vizinhos são convidados a ver o brilho.
Devair distribui porções do pó entre familiares. Ivo Alves, irmão de Devair, carrega uma porção no bolso da calça. Algumas pessoas passam o produto no corpo e brincam com aquele brilho como se fosse uma festa.
Todas as pessoas que tiveram contato com o césio 137 passam mal. Roberto e Wagner apresentam sintomas de contaminação radioativa na noite do dia 13. Devair e Gabriele sentem-se mal no dia 19 de setembro e procuram atendimento no hospital São Lucas. Em casa, Ivo põe fragmentos do pó sobre a mesa. Sua filha Leide, de 6 anos, manuseia o material radioativo durante a refeição, ingerindo fragmentos de césio. Gabriela suspeita que a peça seja a causa do mal-estar. Com ajuda de funcionários do ferro-velho, vai de ônibus à vigilância sanitária levar o material suspeito. As vitimas são levadas para o hospital e o físico Walter Mender confirma que o material é radiotivo. A área é isolada e Devair e seus famílias são convencidos a deixar suas casas. Quatro pessoas morrem, 55 vítimas recebem altas doses, 51 são atingidas por doses consideradas médias e 600 receberam doses baixas, mas ficaram expostas aos risco da radiação. A limpeza do ferro-velho e da região contaminada resultou em 6.000 toneladas de lixo radioativo que estão depositados em Abadia de Goiás, sob controle da CNEN.
A cápsula de césio possuía 3 cm de comprimento e 90 gramas de peso. Os envolvidos no acidente, por ignorarem a periculosidade do conteúdo, distribuíram suas partes e porções do pó radioativo entre várias pessoas e locais da cidade, abrangendo área superior a 2.000 m2, no centro de Goiânia. Os responsáveis por deixarem no lixo uma material perigoso ainda não foram punidos.


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Algumas pessoas passam césio no corpo e brincam
com aquele brilho como se fosse uma festa


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As seqüelas deixadas pelo césio 137 não estão apenas nos corpos das vítimas diretas do acidente, o maior acidente radiológico do planeta, que tiveram membros amputados, a pele marcada e a saúde afetada pelo contato com o elemento químico. Passados doze anos do desastre radiológico, boa parte dos goianienses não somente guarda tristes lembranças do episódio como sofre com medo dos efeitos do césio 137. Uma pesquisa encomendada pelo jornal O Popular revela que 53,6% dos 1,5 mil entrevistados acreditam na possibilidade de que o acidente ainda possa causar algum tipo de risco à população da Capital.


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As seqüelas deixadas pelo césio não
estão apenas nos corpos das vítimas


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Para o especialista em medicina nuclear, Alexandre de Oliveira, essa preocupação da sociedade revelada pela pesquisa não se justifica. "O acidente fez muitas vítimas e não deve fazer novas vítimas emocionais", declara o chefe da assessoria de saúde, segurança e meio ambiente das Indústrias Nucleares do Brasil. Ele garante que não há possibilidade de outras pessoas, além das que tiveram contato direto com o césio 137 em setembro de 1987, sofrerem qualquer doença ou outros efeitos provocados pelo elemento radioativo.
Daquele setembro de 1987 até hoje, cientistas brasileiros e estrangeiros não param mais suas investigações, transformando Goiânia em um verdadeiro laboratório. Dos primeiros atendimentos às vítimas à definição de novas políticas para a área nuclear. Passados doze anos do acidente com o césio 137, duas conseqüências foram consumadas: de um lado a tragédia, cujas vítimas sofrem ainda hoje: e, de outro, o desenvolvimento científico-tecnológico, que deu ao Brasil, mesmo que por vias tortas, um novo status na área nuclear frente ao mundo. Se a bomba de césio abandonada de maneira irresponsável pelos proprie-tários de um instituto de radioterapia cuja função maior tinha de ser preservar a saúde das pessoas e não disseminar doenças. "Goiânia não foi só um acidente radiológico, foi também um acidente social que expôs as mazelas do nosso País, a irresponsabilidade das elites, a incompetência dos governos. Um clico houve perdas irreparáveis, houve também conquistas importantes, particularmente na medicina, na segurança pública e na atividade de intervenção em caso de novos acidentes.
Para os cientistas, o episódio de Goiânia foi uma oportunidade de testar na prática o que se sabia na teoria. Foi também um momento único de aprender novos conhecimentos e de adquirir uma experiência que continua inédita e possivelmente, não terá paralelos. "O acidente nos tornou um ponto de referência mundial", afirma o físico Alfredo Tranjam, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.



Se houve perdas irreparáveis houve também conquistas
na medicina e na segurança em caso de acidentes

Para o físico Luiz Pinguelli Rosa a tragédia no seu pior aspecto foi para as vítimas, para as pessoas que sofreram as conseqüências, que inadvertidamente, tiveram contato com perverso que vem piorando, pois o setor público que devia ser incumbido de determinadas tarefas, vem sendo desmoralizado pelos seus próprios dirigentes políticos", destaca ele. Luiz Pinguelli Rosa alerta que a qualquer momento podemos ter noticia de um acidente semelhante ao ocorrido em Goiânia. São muitas ainda as bombas de césio e de cobalto sem controle pelo território do País. Infelizmente nada melhorou no que diz respeito a este controle nos últimos doze anos.
O elemento químico césio, cujo nome vem do latim caesius, que significa céu azul, foi descoberto em 1860. O césio 137, uma das formas radioativas desse metal, é um subproduto das usinas nucleares, obtido pela fusão do urânio 235. O poder terapêutico desse "lixo dos reatores", como define o físico em medicina, Flamarion Barbosa Goulart, foi identificado e durante décadas largamente explorado no tratamento de vítimas do câncer. Mas, o uso na radioterapia de equipamentos de césio similares ao que deu origem ao acidente radioativo de Goiânia é coisa do passado.
Se o césio 137 é coisa do passado no tratamento médico a população esta exposta a outros tipos de acidentes com equipamento que contém algum elemento radioativo. Hoje são 10 milhões de usuários de telefone celular com baterias de lítio, elemento que exposto à pressão e ao calor pode causar graves acidentes. Os pára-raios de edifícios e residências são outro exemplo de material perigoso capaz de repetir tragédias como a de Goiânia.

Reportagem de:
Rosane Rodrigues da Cunha e Carla Borges
O Popular (GO)

É MUITO TEMPO!

Tempo...

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente.

Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia.

Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas.

Há amores não realizados que deixaram olhares de meses e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.

Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.

Há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados das folhinhas.

Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.

Há eventos que marcaram e que duram para sempre, o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, um sonho realizado. Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra "eternidade".

Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.

Mas conforme meu espírito, houve viagem que não teve fim, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz eu estava na ocasião.

O relógio do coração - hoje eu descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso.

Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.

Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo.

É olhar as rugas e não perceber a maturidade.

É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida.

Pense nisso.
E consulte sempre o relógio do coração:
Ele te mostrará o verdadeiro tempo do mundo.

É saber viver e pensar!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

DEMOROU!

TJ-GO determina que processos do Césio 137
tenham prioridade
Extraído de: Jornal do Brasil - 9 minutos atrás
Portal Terra

GOIÁS - O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) dará prioridade ao julgamento dos processos de indenização movidos por vítimas do acidente com Césio 137, acontecido em 1987, na capital do Estado. A definição é do presidente do Tribunal, desembargador Paulo Teles, e foi anunciada em reunião com cerca de 300 vítimas e familiares, realizada na manhã de terça-feira, em Goiânia.

De acordo com o presidente da Associação das Vítimas do Césio 137, Oderson Alves Ferreira, hoje 468 pessoas...

... ver notícia completa em: Jornal do Brasil

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CHERNOBIL PODE VOLTAR A FAZER MAL!. E CESIO 137 DE GOIANIA?

EsconderWikipedia está a mudar de aparência.
Ajude-nos a encontrar problemas e a completar as traduções da interface de utilizador.
Acidente radiológico de Goiânia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa
O acidente radiológico de Goiânia foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia.

O instrumento, irresponsavelmente deixado no hospital, foi encontrado por catadores de papel,que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas.

Índice [esconder]
1 A natureza da fonte contaminadora
2 Localização atual do equipamento
3 Eventos
3.1 A origem do acidente
3.2 O desmonte do equipamento radiológico
3.3 A exposição à radiação
4 A demora na detecção
5 A contaminação
6 Lixo atômico
7 Consequências
8 Revitalização da região
9 Repercussão do acidente
9.1 Cinema
9.2 Livros
9.3 Música
9.4 Televisão
10 Referências
11 Ligações externas

[editar] A natureza da fonte contaminadora
A contaminação em Goiânia originou-se de uma cápsula que continha cloreto de césio - um sal obtido do radioisótopo 137 do elemento químico césio. A cápsula radioativa era parte de um equipamento radioterapêutico, e, dentro deste, encontrava-se revestida por uma caixa protetora de aço e chumbo. Essa caixa de proteção continha também uma janela feita de irídio, que permitia a passagem da radiação para o exterior.

A caixa contendo a cápsula radioativa estava, por sua vez, contida num contentor giratório que dispunha de um colimador. Este servia para direcionar o feixe radioativo, bem como para controlar a sua intensidade.

Não se pôde conhecer ao certo o número de série da fonte radioativa, mas pensa-se que a mesma tenha sido produzida por volta de 1970, pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos da América. O material radioativo contido na cápsula totalizava 0,093 kg e a sua radioatividade era, à época do acidente, de 50,9 Terabecquerels (TBq) ou 1375 Ci.[1]

O equipamento radioterápico em questão era do modelo Cesapam F-3000. Foi projetado, nos anos 1950, pela empresa italiana Barazetti e Cia., e comercializado pela empresa italiana Generay SpA.

[editar] Localização atual do equipamento
Poucas pessoas sabem, mas o objeto onde encontrava-se a cápsula de césio foi recolhido pelos militares do Exército, da Seção hoje conhecida como DQBN (defesa química biológica e nuclear) e encontra-se exposto atualmente como um troféu em agradecimento aos que participaram da limpeza da área contaminada, no interior da Escola de Instrução Especializada (EsIE), em Realengo na cidade do Rio de Janeiro, capital.

[editar] Eventos

Centro de Cultura e Convenções, erguido sobre as ruínas do Instituto Goiano de Radioterapia
Área que abrigava o ferro-velho da Rua 26-A[editar] A origem do acidente
O Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) era um instituto privado, localizado na Avenida Paranaíba, no Centro de Goiânia. O equipamento que gerou a contaminação na cidade entrou em funcionamento em 1971, tendo sido desativado em 1985, quando o IGR deixou de operar no endereço mencionado. Com a mudança de localização, o equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica foi demolida, mas algumas salas - inclusive aquela em que se localizava o aparelho - foram mantidas em ruínas.[2]

[editar] O desmonte do equipamento radiológico
Foi no ferro-velho de Devair que a cápsula de césio foi aberta para o reaproveitamento do chumbo. O dono do ferro-velho expôs ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um sal muito parecido com o sal de cozinha (NaCl), mas que emite um brilho azulado quando em local desprovido de luz. Devair ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta para a mulher Maria Gabriela, bem como o distribuiu para familiares e amigos. Pelo fato de esse sal ser higroscópico, ou seja, absorver a umidade do ar, ele facilmente adere à roupa, pele e utensílios, podendo contaminar os alimentos e o organismo internamente. Devair passou pelo tratamento de descontaminação no Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, e morreu sete anos depois.

[editar] A exposição à radiação
Tão logo expostas à presença do material radioativo, as pessoas em algumas horas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarreias. Alarmados, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais.

[editar] A demora na detecção

O que restou do terreno na Rua 57, onde a cápsula de Césio 137 começou a ser desmontadaOs profissionais de saúde, vendo os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Maria Gabriela, esposa do dono do ferro velho, desconfiou que aquele pó que emitia um brilho azul era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família. Ela e um empregado do ferro-velho do marido levaram a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária, que ainda permaneceu durante dois dias sobre uma cadeira, jogada. Durante a entrevista com médicos, a esposa do dono do ferro velho relatou para a junta médica que os vômitos e diarreia se iniciaram depois que seu marido desmontou aquele "aparelho estranho". Só então, no dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas. Maria Gabriela foi uma dos pacientes tratados no Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Foi a primeira vítima da contaminação, falecendo no dia 23 de outubro de 1987 de complicações relativas à contaminação com césio. Outra vítima, considerada o retrato da tragédia, Leide das Neves Ferreira, ingeriu involuntariamente pequenas quantidades de césio depois de brincar com o pó azul. A menina de seis anos foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente.


Terreno onde estava edificado o Estádio Olímpico Pedro Ludovico (foto de 30-04-2010)Não conseguiu sobreviver e morreu no dia 23 de outubro de 1987, duas horas depois da tia. Foi enterrada em um caixão blindado, erguido por um guindaste, por causa das altas taxas de radiação. O seu enterro virou uma briga judicial, pois os coveiros e a população da época não aceitavam que ela fosse enterrada em um caixão, mas sim cremada para que os seus restos mortais não contaminassem o solo do cemitério e as outras covas. Depois de dias de impasse, Leide das Neves foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado para que a radiação não fosse transmitida.

O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" no Estádio Olímpico Pedro Ludovico; os governantes da época escondiam a tragédia da população, que aterrorizada procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de gás. Outra razão é que Goiânia sediava, na época, o GP Internacional de Motovelocidade no Autódromo Internacional Ayrton Senna e o governo não queria que o pânico fosse instalado nos estrangeiros.

[editar] A contaminação
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mandou examinar toda a população da região. No total 112 800 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo.

Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito. O que foi recolhido com a limpeza foi transferido para o Parque Estadual Telma Ortegal.

Até à atualidade, todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, fato este muitas vezes não noticiado pela mídia brasileira. [carece de fontes?]

Após vinte anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo. E muitas pessoas contaminadas ainda vivem nas redondezas da região do acidente, entre as Ruas 57, Avenida Paranaíba, Rua 74, Rua 80, Rua 70 e Avenida Goiás; essas pessoas não oferecem, contudo, mais nenhum risco de contaminação à população.

Em uma casa, em que o césio foi distribuído, a residente, esposa do comerciante vizinho à Devair, jogou o elemento radioativo no vaso sanitário e, em seguida, deu descarga. O imóvel ficou conhecido como "casa da fossa". Entretanto, a SANEAGO alegou que a casa não possuía fossa, sendo construída com cisterna, para a população não pensar que a água da cidade estaria hipoteticamente contaminada.

[editar] Lixo atômico
A limpeza produziu 13,4 toneladas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1.200 caixas e 2.900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos. Para armazenar esse lixo atômico e atendendo às recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAm, o Parque Estadual Telma Ortegal foi criado em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, onde se encontra uma "montanha" artificial. Assim, os rejeitos foram enterrados em uma vala de aproximadamente 30 (trinta) metros de profundidade, revestida de uma parede de aproximadamente 1 (um) metro de espessura de concreto e chumbo, e sobre a vala foi construída a montanha.

[editar] Consequências
Após o acidente, os imóveis em volta do acidente radiológico tiveram os seus valores reduzidas a preços insignificantes, pois quem morava na região queria sair daquele lugar, mas o medo da população da existência de radiação no ar impedia a compra e construção de novas habitações.

Além das desvalorizações dos imóveis, por muito tempo a população local passou por uma certa discriminação devido ao medo de passar a radiação para outras pessoas, dificultando o acesso aos serviços, educação e viagens.

Muitas lojas e o comércio que existiam antes do acidente acabaram fechando ou mudando, sobrando alguns poucos comerciantes que ainda resistiam em continuar na região.

[editar] Revitalização da região

Mercado Popular da Rua 57 após a reforma.Somente no final dos anos 90, a região começou a passar uma imagem menos "assustadora" para os novos inquilinos, através de ações do governo municipal e estadual para a revitalização da região, revalorizando as casas que estavam nas mediações do acidente.

Em questão de poucos anos, o valor das casas da região central já era entre duas a três vezes maior do que na época do acidente. No início de 2006, a prefeitura municipal de Goiânia resolveu revitalizar o antigo Mercado Popular, sendo reinaugurado em novembro de 2006 com a edição 2007 da Casa Cor Goiás, com a presença de autoridades municipais e estaduais. Em fevereiro de 2007, o Mercado Popular passou a ser um ponto turístico da cidade, por possuir uma feira gastronômica todas as sextas-feiras à noite, sempre acompanhada de música ao vivo.

Aos poucos, a região atingida pelo acidente vem sendo valorizada, aumentando o interesse de grandes empreiteiras construírem prédios de luxo, onde antes eram apenas casebres abandonados.

[editar] Repercussão do acidente
O acidente foi descrito em vários documentários internacionais, além de filmes, programas de televisão, canções e livros.

[editar] Cinema
O acidente radioativo é mencionado no premiado curta-metragem Ilha das Flores, escrito e dirigido por Jorge Furtado.
Em 1990, Roberto Pires dirigiu o filme Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia, que faz uma dramatização do acidente.[3]
[editar] Livros
O livro Blindfold Game de Dana Stabenow faz uma menção ao incidente.
O conto "Witch Baby" de Francesca Lia Block menciona o acidente; muitos dos personagens foram criados a partir de um artigo que a autora leu sobre o incidente.
O livro "Goiânia rua 57 o nuclear na terra do sol" de Fernando Gabeira faz uma analise do ocorrido.
O livro "A Menina que Comeu Césio", do jornalista Fernando Pinto, descreve os acontecimentos a partir de depoimentos e relatos colhidos in loco pelo autor.
[editar] Música
Em 1988, o cantor e compositor italiano Angelo Branduardi lançou a canção "Miracolo a Goiania" no álbum Pane e Rose. Esta canção conta o diálogo que teria ocorrido entre as pessoas envolvidas no acidente.
Em 1992, o cantor e compositor panamense Rubén Blades lançou a canção "El Cilindro" no álbum Amor y Control. Esta canção conta uma história que teria ocorrido com um dos protagonistas do acidente.
[editar] Televisão
O episódio "Thine Own Self" de Star Trek, que foi ao ar em 14 de fevereiro de 1994, apresenta algumas similaridades ao acidente.
O episódio do dia 9 de agosto de 2007 do programa Linha Direta da Rede Globo teve como tema o acidente, que completava vinte anos.
O episódio "Daddy's Boy" do seriado americano House, M.D. apresenta uma trama similar à do incidente.
Um episódio do desenho animado The New Adventures of Captain Planet foi escrito fazendo um paralelo com o incidente. Nele, um grupo de crianças encontram um fonte radioativa em um equipamento médico abandonado e, consequentemente, contaminam-se, embora os heróis intervenham antes que as mortes ocorram.
Referências
1.↑ International Atomic Energy Agency. The Radiological Accident in Goiânia. Vienna, 1988, pp. 18-22, ISBN 92-0-129088-8
2.↑ Idem, p. 18..
3.↑ Ficha Técnica de Pesadelo de Goiânia no IMDb.
[editar] Ligações externas
Imagem de satélite da montanha de concreto com o lixo radioativo, em Abadia de Goiás
The Radiological Accident in Goiânia - Relatório da Agência Internacional de Energia Atômica
Local da casa dos catadores no centro de Goiânia
Site sobre o Acidente Radioativo de Goiânia
Portal do Brasil
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_radiol%C3%B3gico_de_Goi%C3%A2nia"
Categorias: Desastres industriais | Goiânia | Radioatividade | 1987 no Brasil
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

LIXO ATOMICO RECEBE MAIS ATENÇÃO QUE AS VTIMAS!!!

Lixo atômico recebe mais atenção do que as vítimas do césio 137
Nesta página Notícia - 27 mai 2004
Greenpeace pretende dar divulgação à situação de abandono em que vivem os contaminados no acidente de Goiânia


O Greenpeace, a convite do Conselho Regional de Psicologia de Goiás e Tocantins, foi a Goiânia e Abadia de Goiás (GO) ontem (27/05) para participar do lançamento da versão em inglês do vídeo "Césio 137 - O Brilho da Morte" e verificar a situação dos atingidos pela catástrofe de 15 anos atrás. Durante a tarde, vítimas do acidente radiológico, ambientalistas e lideranças regionais estiveram em uma visita de caráter político ao depósito de lixo atômico no município de Abadia de Goiás.

"Mais do que inspecionar as instalações e checar as condições de armazenamento do material contaminado, tarefa para especialistas e estudiosos, estamos aqui para exigir a reparação dos danos causados, para que justiça seja finalmente feita", disse Sérgio Dialetachi, coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace.

Do alto de um dos montes do material removido após o acidente de 1987, Odesson Alson Ferreira, presidente da Associação das Vítimas, comoveu os presentes ao declarar: "Depois de 16 anos, eu me vejo agora pisando em cima do meu passado. Tudo o que foi meu está aqui. Faz parte da minha vida".

Não bastassem as sequelas da contaminação, as vítimas do Césio 137 têm sido tratadas com descaso e discriminação. "Cuidar da saúde mental das vítimas do Césio 137 pressupõe a reconstrução de sua cidadania. O Conselho Regional de Psicologia sempre se comprometeu com a causa das vítimas, cumprindo a função social e política da Psicologia como ciência e profissão", afirmou Júlio de Oliveira Nascimento, conselheiro-presidente do Conselho Regional de Psicologia (9a região GO/TO).

À noite, em um shopping center de Goiânia, foi lançada a versão em língua inglesa da obra "Césio 137 - O Brilho da Morte", vencedor de prêmio no V Fica (Festival Internacional de Cinema Ambiental de Goiás).

"O filme retrata a realidade nua e crua dos momentos difíceis que os meus amigos vivenciaram. É uma luta incessante em pról da Humanidade, na esperança da vitória" esclareceu a cineasta Laura Pires, produtora do documentário "Césio 137 - O Brilho de Morte" e viúva do também cineasta Roberto Pires, outra vítima do acidente de Goiânia, contaminado ao realizar filmagens do lixo atômico e morto há três anos.

Apesar de todas as perdas que têm vivido, as vítimas do mais grave acidente radiológico da História, não perdem a vontade de lutar por uma vida mais digna. O policial militar João Batista da Silva, que se contaminou durante o cumprimento de seu dever nos trabalhos de isolamento da área atingida, resumiu bem a esperança que carregam: "Por muito lutar, iremos vencer! São muitos anos de luta. Não podemos perder se estivermos unidos em torno de um propósito sólido em prol da humanidade".

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