HOMENAGEM FEITA EM 2008 AM RUA LEIDE das NEVES. MANAUS AM

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20 anos depois procurar meus direito tomados!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O PAI DA BOMBA ATOMICA BRASILEIRA! E O CESIO ABAFADO!!!

PAI da BOMBA ATOMICA BRASILEIRA EM 1987. CESIO!!!
O programa nuclear paralelo brasileiro nasceu das frustrações de um acordo nuclear com o qual o governo brasileiro almejava atingir, senão a independência, pelo menos a autonomia no setor. Pressionados por interesses comerciais, os alemães concordaram em vender ao Brasil o ciclo completo do combustível nuclear, incluindo itens sensíveis como o enriquecimento de urânio e o reprocessamento de plutônio, através dos quais os militares poderiam chegar à fabricação de bombas atômicas. Sob protesto dos Estados Unidos, a Alemanha obrigou o Brasil a assinar, em 1976, um acordo tripartite com a Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena, Áustria.

Esse acordo de salvaguardas, assim como o acordo nuclear, era inédito: estipulava que os controles internacionais se estenderiam também sobre qualquer desenvolvimento posterior de tecnologias adquiridas dos alemães. As 'salvaguardas tecnológicas', se aplicadas à risca, implicariam também em submeter a inspeções da agência quaisquer instalações ou setores nacionais que entrassem em contato com qualquer elemento trazido pelo acordo com a RFA.

Em menos de cinco anos após a assinatura do acordo surgiu um forte consenso - não apenas entre os tradicionais críticos da comunidade científica - de que o acordo com a Alemanha, na verdade, interrompia o desenvolvimento da tecnologia nuclear brasileira. Forte impacto sobre os militares causou o fato de que o país, embora desenvolvesse com os alemães um sistema de enriquecimento de urânio por jato centrifugado (o jet nozzle) - de eficiência contestada por cientistas e técnicos - continuava fortemente dependente do estrangeiro para o fornecimento de combustível nuclear (e sujeito a pressões, como a Holanda mostrou ao presidente Geisel em 1977/78).

Uma das primeiras medidas para contornar essa restrição foi a remoção do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, o Professor Hervásio de Carvalho, que não era considerado um incentivador da tecnologia nacional. Logo após o início do governo Figueiredo, um grupo integrado, entre outros, pelo Almirante Oton Pinheiro da Silva, o Coronel José Carlos Amarante e Cláudio Rodrigues, superintendente do IPEN, em São Paulo conseguiu sua remoção, substituindo-o pelo Dr. Rex Nazaré Alves.

Outra medida adotada foi a aceleração do esforço tecnológico próprio, através do envio de pesquisadores brasileiros ao exterior. Entre 1979 e 1983 foram concedidas 700 bolsas para cientistas brasileiros estudarem na França, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha e na Argentina. Os estudantes eram civis e militares. Desse grupo, retronaram ao Brasil 55 doutores, 396 mestres e 252 especialistas em áreas como segurança de reatores, materiais nucleares, ampliação de técnicas nucleares, infra-estrutura de pesquisa e desenvolvimento, além de recursos humanos.

"Conseguimos uma incrível evolução e montamos um programa autônomo por causa da criatividade dos nossos pesquisadores", disse um dos coordenadores do programa. O programa nuclear paralelo, por isso mesmo, possuia um nível excepcionalmente elevado de autonomia tecnológica, estimada em até 80% - resultado principal do casamento entre militares determinados em dominar o ciclo do combustível nuclear com técnicos do setor, alguns dos quais lamentaram que as pesquisas tenham ido para o campo militar.

Alguns dos técnicos que participaram das decisões de 1979 - todos sob a supervisão do Conselho de Segurança Nacional - lamentam hoje que as atividades do programa paralelo não estivessem sob subervisão de entidades civis, transparentes.
[editar] Década de 1980

O Programa Nuclear Paralelo começou a se tornar público em 1986, quando uma reportagem do jornal Folha de São Paulo revelou a existência de cisternas e covas na Serra do Cachimbo, uma delas com 320 metros de profundidade, para a realização de testes nucleares. Nas investigações do Ministério Público e do Congresso que se seguiram à denúncia, descobriu-se a existência de contas bancárias secretas que eram conhecidas dentro do Programa Nuclear Paralelo pelo nome de Delta.

Em setembro de 1987, o presidente José Sarney anunciou o domínio ciclo do urânio no país, alcançado pelos pesquisadores envolvidos no programa. Em 1988, a Nuclebrás é extinta e o programa é incorporado às pesquisas oficiais. O controle de Angra 1 e do canteiro de obras de Angra 2 e 3 foi transferido para a estatal Eletrobrás. Com a venda da Eletrobrás foi criada a Eletronuclear, uma estatal ligada à CNEN, que gere as atividades em Angra, ainda obedecendo aos acordos firmados com a Alemanha (através da Siemens).
[editar] Década de 1990

25 Anos Uma Vida.SEM SER VIVIDA!!!


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cadê o RESPEITO ?

MINHA HISTÓRIA ODESSON ALVES FERREIRA, 56
O dia que nunca passou

RESUMO
A família de Odesson Alves Ferreira, 56, foi a mais atingida pelos efeitos do césio-137, liberado no maior acidente radiológico do país, em 1987, em Goiânia. Foram contaminadas 249 pessoas, quatro morreram.
O problema ocorreu quando um aparelho de radioterapia foi desmontado, expondo o material.
Hoje, Odesson preside a Associação das Vítimas do Césio-137. Na semana passada, ele divulgou carta de apoio às "futuras vítimas" do vazamento nuclear de Fukushima, no Japão.

(...)Depoimento a NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

Era uma quarta-feira, 22 de setembro de 1987, quando fui visitar meu irmão Devair. Fazia tempo que eu não o via.
Entre um café e outro, ele disse que estava muito mal e desconfiava de uma feijoada que tinha comido. Tinha a pele escura e reclamou que os dentes estavam moles.
Foi quando ele me mostrou a peça -queria fazer uma pedra de anel com ela. Peguei um fragmentozinho, do tamanho da metade de um grão de arroz, e segurei por menos de dois minutos.
Ele tinha comprado de dois rapazes que foram ao ferro-velho dele dias antes. Minha cunhada Maria Gabriela estava encantada com a beleza daquilo e dizia que, à noite, emitia uma luz tão forte que era preciso cobri-la.
Quando esfreguei na palma da mão, esfarelou. Eu disse: "Ah, mano, isso não tem serventia". Limpei as mãos e ficou por isso mesmo.
A família do Ivo, outro irmão que morava por ali e que ficou com uma peça, também estava doente, mas ninguém ligou as coisas. Estavam todos fascinados.
No Ivo, a peça ficava embaixo da cama da filha, a Leide, de seis anos.
Seis dias depois, estavam todos mal quando a Maria Gabriela teve a ideia de levar uma peça para a Vigilância Sanitária. No dia seguinte soubemos que era césio-137.
Foi uma confusão. Fomos levados ao estádio de Goiânia e, no vestiário, passaram uma vassoura com vinagre na gente antes de ver o nível de contaminação. A água ia para o esgoto, sem cuidado.
Ali eu soube que estava com uma dose alta de radiação. Outras pessoas, como a Leide, que tinham feridas na pele, foram para o hospital.
A maioria tinha encostado na peça, como eu. Só fui internado em 1º de outubro, quando as mãos começaram a coçar e a inchar.

QUARENTENA
Éramos 17 pessoas em quarentena. A Leide, a Maria Gabriela e dois funcionários do Devair morreram um mês após a peça aparecer.
Não tínhamos certeza de nada. Pela janela, víamos os caixões de chumbo separados para nós. Dos enfermeiros, só dava para ver os olhos. Pareciam astronautas.
Fiquei quase três meses no hospital. Minha casa foi destruída para descontaminação, e moramos três meses num albergue. Depois ganhamos uma casa.
Perdemos quase todas as lembranças. Amigos e parentes que moravam fora nos discriminaram.
Minha família foi a mais atingida de Goiânia. Hoje, não conseguimos ficar juntos sem lembrar do acidente.
O Devair morreu em 94. Ele se culpava por ter levado a peça para casa, mas não estava escrito que era perigoso.
Passei um bom tempo com uma ferida na mão esquerda, que cicatrizava e reabria. Amputei um dedo. Um dia, um médico da Unicamp quis fazer um experimento. Colocamos um enxerto de pele da barriga na minha mão e a ferida parou de abrir.

PRECONCEITO
Passamos dois anos e meio em monitoramento na Comissão Nacional de Energia Nuclear, até que disseram que estávamos descontaminados. Recebemos uma declaração, e a ordem era levá-la para todo lugar. Mas isso não diminuiu o preconceito.
Eu também me autodiscrimino. Quando alguém pergunta o que é isso na minha mão, tenho medo de falar.
Já tentei várias entrevistas de emprego, sem sucesso, e meu filho foi demitido.
Nos primeiros dois anos, tinha médicos e autoridades atentos à tudo. O governo criou a Fundação Leide das Neves para apoiar as vítimas. Só que o tempo foi passando e, como só 4 daqueles 11 caixões foram usados, acharam que não era tão sério. O remédio parou de chegar, acabou o atendimento psicológico.
Faço 30 exames a cada seis meses. Sou do grupo 1 do centro de assistência, que monitora quem teve contato com o césio. Somos mais de 900 vítimas, o número não para de crescer.
Ainda sinto dores nas mãos, principalmente quando muda a temperatura. Tem vezes que esquenta tanto que preciso colocá-la no freezer.

ACIDENTE NO JAPÃO
Meu primeiro sentimento foi de compaixão. Depois, senti apreensão, por saber que as autoridades sempre amenizam o problema.
Espero que lá não passem por cima das vítimas, como aqui. Muitas doenças só vão aparecer daqui a anos. Nossa maior preocupação é com os netos. Não sabemos o que pode acontecer com eles.


OUTRO LADO

Governo de GO nega falta de medicamentos

DE SÃO PAULO

O Centro de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves Ferreira, órgão da Secretaria de Saúde de Goiás que atende as vítimas do acidente com césio-137, nega a falta de remédios.
De acordo com o diretor-técnico da instituição, José Ferreira, os medicamentos mais procurados, para diabetes e pressão alta, estão disponíveis tanto no Centro de Assistência quanto na rede básica de saúde dos municípios.
Já os remédios mais caros, para hepatite e câncer, afirma, podem ser obtidos após cadastro na Central de Medicamento de Alto Custo Juarez Barbosa, em Goiânia. (NC)


FOCO

Abadia de Goiás se orgulha de ser depósito de lixo radioativo

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O desenho de um boi e um símbolo radioativo estampam a bandeira de Abadia de Goiás. O orgulho da pecuária, forte no rincão goiano, e de um depósito de lixo infectado são o símbolo máximo da cidade. Ela abriga os despojos do maior acidente nuclear do Brasil.
São seis mil toneladas de lixo radioativo, originado do rompimento de uma cápsula com 19 gramas de césio. Roupas, plantas, destroços de casas e até animais vivos tiveram de ser lacrados em chumbo e concreto.
O material contaminado no desastre do césio-137 em Goiânia, em 1987, foi transportado dias depois para Abadia (a 15 km da capital).
Hoje, a cidade trata aquilo que seria sua chaga como um presente, que lhe deu notoriedade e até renda.
A União paga R$ 28 mil a cada três meses para o município, de 7.000 habitantes, por abrigar o depósito.
A unidade da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) montada em Abadia recebe 10 mil visitas por ano, de gente de todo o país. Com o incidente nuclear no Japão, a curiosidade e o número de visitas aumentou.
No depósito, que mais parece duas colinas cobertas por grama, estão 4.223 tambores de 200 litros, 1.347 caixas metálicas, oito recipientes de concreto e dez contêineres marinhos.
O morador Jeudi Vieira de Macedo, 31, diz que o lixão foi um dos motivos da emancipação da cidade, em 1995. "O depósito foi para a cidade um ponto positivo, e não se fala toda hora no césio."
Segundo o coordenador do Cnen, Leonardo Bastos Lage, a área do depósito é constantemente monitorada e não há risco de vazamento.
No centro de Goiânia, onde o acidente aconteceu, resta um terreno vazio, com piso concretado, e a promessa de um museu sobre o acidente.
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Postado por conteudo livre Marcadores: 27/03/2011, Folha de São Paulo, minha história às 15:47
Reações:
1 comentários:

jorgemoraes56... disse...

É um absurdo as injustiças neste pais,
este anos completará 25, garanto que será o ano da decisão,
é lamentavél que além de todo transtorno destruição
de familias, abandono covardias do poder tenha que se peroetuar também o massacre da DIGNIDADE,
apartir deste mes voltarei a goiania outra vez
me juntarei a estas familias e o que for preciso
farei para ue definitivamente se resgate o RESPEITO.
Chega de brasil das COVARDIAS!
O RESPEITO É A BASE DA VIDA.
HIPOCRISIA NÃO !!!
2 de janeiro de 2012 22:07

Jornal O DIA RJ 2011

Mobilização em defesa dessas propostas contam com apoio integral e participação efetiva do SITRAEMG

Em mobilização em Brasília, a coordenadora do Núcleo de Aposentados do SITRAEMG, Gilda Falconi (3ª a partir da esquerda), o presidente do Mosap, Edson Haubert (4º), e o ex-deputado mineiro Carlos Motta (5º), autor da PEC 555/06

Em meio a tantas informações falsas e números manipulados veiculados diariamente pelos noticiários de jornal, site, rádios e TVs, deixando indignados os servidores públicos do país, enfim um veículo da chamada “grande mídia” volta seu olhar sem preconceitos para a categoria e faz circular uma reportagem (leia-a na íntegra, abaixo) que retrata fielmente as dificuldades vividas pelos servidores aposentados, agravadas ainda mais com as sucessivas perdas de direitos que o segmento vem sofrendo em sua aposentadoria, desde o início do governo Fernando Henrique Cardoso. A mesma reportagem, demonstrando seriedade e a sensibilidade que o tema merece e requer, dá voz e vez aos aposentados, permitindo que as fontes consultadas relatem as principais perdas ocorridas na aposentadoria nos últimos anos e ressaltem a legitimidade e a importância da luta do segmento objetivando recuperá-las, até mesmo para garantir a sobrevivência de pessoas que se dedicaram durante décadas ao serviço público e uma velhice digna, com qualidade de vida.

A reportagem de “O Dia” (leia-a também aqui), jornal diário com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ), destaca a necessidade da aprovação da PEC 270/2008, que garante ao servidor que aposentar-se por invalidez permanente o direito dos proventos integrais com paridade. “Minha vida mudou completamente e passei por inúmeros problemas pessoais e financeiros. Luto há anos na Justiça por melhorias salariais”, queixa-se, em depoimento, Jorge Moraes Ribeiro, servidor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que se contaminou ao transportar material radioativo e, de acordo com a reportagem, “virou símbolo da luta dos aposentados por invalidez do serviço público federal, por alteração na regra para remuneração da classe”. E pelo visto, a PEC 270/2008 não é aprovada por má vontade do governo. “Já fizemos o cálculo e o impacto da integralidade não seria grande. É necessário que o governo devolva à classe o direito que lhe foi retirado em 2003”, reforça, também em depoimento, a deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), autora da proposta.

Ainda em depoimento, advogado André Viz acrescenta que, além de não ter direito à integralidade na aposentadoria, os aposentados ainda são obrigados a continuar contribuindo com 11% de seus vencimentos quando se tornam inativos. “Eles contribuem com 11% do benefício que ultrapassa o dobro do teto do regime da Previdência Social. O que agrava ainda mais a falta de recursos desses servidores, que já enfrentam grandes problemas para tratar a saúde e sustentar a família”, detalha. Por meio de outra proposta, a PEC 555/06, o segmento tenta também a extinção dessa contribuição, que foi instituída através do artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41, também de 2003. O advogado André Vis oferece mais um forte argumento em defesa da PEC 555/2006, que prevê a revogação do artigo citado. “Se eles já conquistaram esse benefício (isenção isenta de Imposto de Renda), porque não conceder a mesma medida para eles, fazendo com que deixem de contribuir para a Previdência Social”, sugere.

SITRAEMG mais do que engajado na luta

A luta pela aprovação da PEC 270/2008 e da PEC 555/2006 conta com apoio integral e participação efetiva do SITRAEMG. Através do seu Núcleo de Aposentados e Pensionistas, que tem como coordenadora a aposentada e diretora jurídica Gilda Bandeira Falconi, o Sindicato tem estado presente em todas as atividades de mobilização em defesa das duas propostas, seja na articulação com os filiados aposentados, em Minas, seja nas reuniões do Mosap (Movimento dos Servidores Públicos Aposentados), seja nos trabalhos de corpo a corpo com deputados e senadores, em Brasília, ao lado do próprio Mosap e de outras entidades representativas desse segmento de servidores. E os servidores aposentados mineiros, como sempre, estão permanentemente convocados para essa luta.

A seguir, a matéria publicada no jornal “O Dia”, redigida pela jornalista ALESSANDRA HORTO:

“Espera que prejudica inválidos permanentes

Congresso não vota a PEC 270 e aposentados por invalidez sofrem perdas salariais

Rio – Servidor da UFRJ contaminado ao transportar diversas vezes a equipe de técnicos do Fundão para o Hospital Marcílio Dias, na época do acidente com o Césio-137, em 1987, Jorge Moraes Ribeiro, virou símbolo da luta dos aposentados por invalidez do serviço público federal, por alteração na regra para remuneração da classe. Eles não têm direito à integralidade, mas lutam por ela. Grupo aponta aberrações como o fato de estar isento de recolher Imposto de Renda (IR), mas ativo no desconto previdenciário.

O ex-motorista participou de matéria publicada em 1989 em O DIA. Na época, ele contou o medo de se contaminar com o material radioativo, quando trabalhava no Instituto de Engenharia Nuclear do Fundão.

Infelizmente o temor se tornou real e ele foi afastado do serviço no mesmo ano. Sem a integralidade, Jorge conta que perdeu, pelo menos, 70% do seu salário. Atualmente, briga para que a radioatividade esteja menos presente nos ambientes de trabalho: “Minha vida mudou completamente e passei por inúmeros problemas pessoais e financeiros. Luto há anos na Justiça por melhorias salariais”.

A deputada federal Andreia Zito (PSDB-RJ), autora da Proposta de Emenda à Constituição 270, conhecida como PEC dos Inválidos, defende que o texto deve ser aprovado com o máximo de urgência. “Milhares de vidas estão se tornando ainda mais complexas porque não há recursos para manter o tratamento. A Câmara de Deputados tem que priorizar a votação e deixar de atender, com prioridade, os pedidos do Executivo. Já fizemos o cálculo e o impacto da integralidade não seria grande. É necessário que o governo devolva à classe o direito que lhe foi retirado em 2003”, afirma.

Efeitos da contribuição previdenciária

Além dos salários reduzidos pela falta de paridade com os funcionários ativos, os servidores aposentados por invalidez permanente ainda têm os seus proventos reduzidos com o desconto de 11% relativo à contribuição previdenciária. Para o advogado André Viz isso prejudica ainda mais a classe.

“Eles contribuem com 11% do benefício que ultrapassa o dobro do teto do regime da Previdência Social. O que agrava ainda mais a falta de recursos desses servidores, que já enfrentam grandes problemas para tratar a saúde e sustentar a família”, defende André Viz.

Ele ainda ressalta que os aposentados por invalidez permanente deveriam ter o direito à isonomia tributária, já que a categoria é isenta de Imposto de Renda (IR). “Se eles já conquistaram esse benefício, porque não conceder a mesma medida para eles. Fazendo com que deixem de contribuir para a Previdência Social”, argumenta Viz.

O advogado explica que o processo de mudança é difícil, já que o desconto está previsto na Constituição. “É uma luta que deve ser constante. Estamos com processo no Supremo Tribunal Federal e há avanços”, adianta o advogado André Viz.”
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